Entrevistando #3 - And

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Sempre queremos uma inspiração para algo novo em nossas vidas, e nosso entrevistado foi uma para muitos fotógrafos no Brasil. Com muito talento, técnicas com flashes externos, mostrando que aqui não devemos nada para nenhum gringo.

Conhecido pela sua parceria com a sua noiva Witchiko, conversamos, e rimos também um pouco, com o Anderson.

1)  Começar com o básico, conte um pouco quem é o And?

And é o nick de Anderson Luis Bonioli. O nick surgiu de um personagem de uma história que um amigo, eu, e minha noiva estávamos escrevendo no tempo que morei em Joinville, SC. Assim que terminei o segundo grau, estudei fotografia na Escola Panamericana de Arte, com o intuito de ser fotógrafo, mas, como gostava/gosto de desenhar, quis fazer Design Gráfico logo em seguida, pois poderia conciliar ambas as atividades em algo criativo.

2)  Quando você se interresou por fotografia? Qual foi o seu primeiro contato com uma câmera?

Meu pai trabalhava com fotografia, e, como todo filho, ficava curioso com a atividade do pai. Desde pequeno pegava a câmera, mas só para uma ou outra foto. Acho que só lá pelos 14 ou 15 anos tinha autonomia para fazer fotos do que quisesse, mas longe de ser algo apresentável hoje em dia.

3) Nunca se interessou em seguir a carreira do seu pai?

Bom, a atividade do meu pai foi só por um tempo na fotografia, sua vocação maior é comércio, coisa em que ele trabalha até hoje. Eu sempre achei que seria, de fato, fotógrafo, mas, com o passar do tempo, e por gostar de desenhar, comecei a ver Design Gráfico, publicidade, essas coisas, o que me levou a querer estudar algo que abrangesse mais atividades diferentes. Por isso que, após fazer o curso de fotografia, fiz Design.

Por isso, posso dizer que só por um tempo que pensei em trabalhar com fotografia

4) E nunca pensou em mudar de carreira? Sair do Design e ir para a Fotografia?

Sim, pensei, mas como o investimento, para a época que estava atuando como designer, era muito grande, não levei adiante. Mas fazia alguns jobs como fotógrafo, dentro do meu trabalho como designer, ainda mais quando trabalhava em uma revista. Portanto, pode-se dizer que trabalhei sim como fotógrafo, mas não como atividade principal.

5) Falando em investimento, e quando se fala em fotografia, é o que mais nós fazemos, qual o seu equipamento atual?

Pentax K-5, uma Pentax K100D Super (esta me rendeu uns bons trocados, embora seja uma câmera bem básica). Em lentes tenho o trio de pancakes da Pentax 21mm, 40mm e 70mm, uma lente de Kit 18-55, uma 17-70 Sigma, Pentax 100mm Macro, zoom fisheye 10-17mm.

Ainda tem o legado da época de filme: Pentax Super A, 50mm, 28mm, zoom 80-200 (razoável) e uma 100-300 (lixo, lol) e um monte de flashes...

    6) Já que você deu a deixa dos Flashes, você foi o primeiro que vi, aqui no Brasil, usando a técnica strobist e vejo em todas as suas fotos essa técnica. Por que adotou esse estilo?

Por achar legal. Sério! Gosto muito de fotos bem iluminadas, repletas de brilho, cores saturadas etc.

     7) Então você tambem se sente “pelado” quando não leva pelo menos uns 2 flashes para fotografar? Meio que virou um vicio para mim.

Certamente. Gosto de luz natural, mas, ultimamente, acho que minhas fotos ficam meio sem sal sem pelo menos uma "luzinha" especial.

8) Quando foi a primeira vez que você foi para um evento fotografar?

Para fotografar o evento mesmo, de modo geral, foi na época que fiz parte do CB, creio que em 2008, 2009. Depois, com o Gigaxis, cobri alguns poucos eventos, até meados do início de 2011. Depois, ia mais para fotografar "alvos certos" - grupos de amigos. Ultimamente nem vou a eventos.

9) A sua “parceria” com a Witchiko é algo impressionante, suas fotos dela fazem um sucesso incrivel. Como vocês são um casal, quando surgem as ideias dos ensaios vem dela, de você ou um pouco dos dois?

Surge de ambos, tanto eu tenho as ideias, quanto ela chega com ideias mirabolantes. Discutimos e definimos o que fazer, como, 

onde e tal. Daí materializamos o conceito, conforme nosso 

"briefing mental"

Coisa de casal de designers... é uma desgraça lol

Huahuahua se algo não sai como os conformes nas sessões deve ser engraçado então.

Sim, ou trágico. Por vezes ficamos muito frustrados quando não conseguimos o que queríamos.

10)  Vocês pararam de ir a eventos faz um tempo, mas o que você vê de diferente nas fotos de quando começamos a fotografar para hoje em dia?

A qualidade aumentou bastante. Como equipamentos melhores ficaram mais acessíveis, as fotos melhoraram tecnicamente falando.

Fora que a popularização de muitos fotógrafos de fora inspirou o pessoal a fazer coisas diferentes, fugindo do padrão de fotos tipicamente de evento, em que você mais se preocupava em registrar, do que correr atrás de fazer diferente/diferenciado as fotos de cada cosplayer

11)  Isso leva a um ponto interessante: tem cosplayer ainda que fala que gostaria de ter fotos como os "gringos", e já vi gente na asneira de dizer que no Brasil não tem fotografo descente. O que você acha deste tipo de pensamento?

Normal, pois brasileiro não se valoriza, e não valoriza os outros/próprios brasileiros. Brasileiro ainda acha que está atrás em nível de cosplayers, quem dera de fotógrafos...

12)  Você participou de um concurso de fotos no Cosplay Photographers ano passado e tirou o segundo lugar, você teve bastante contato com eles ou só o velho e bom “obrigado por participar”?

Apenas o contato formal, e a parabenização pela colocação. Até tive um certo apoio por parte de um dos participantes, o que me deixou surpreso.

 

Serio? Ele entrou em contato com você, fez propaganda?

 Como foi?

Ah, apenas gostou, ou foi com minha cara, e também ajudou a mendigar votos para minha foto. Até por que ele gosta das fotos da minha noiva.

13)  Vou fazer a mesma pergunta que fiz pro Gabriel (Neo Nights) na outra entrevista: você acha que a Fotografia Cosplay pode se tornar algo profissional aqui ou estamos fadados ao hobby?

Pelo andar da carruagem, um hobby. Fotografia de cosplay é muito mais uma passagem do que algo para ficar e querer fazer carreira nisso.

Acredita que tem como mudar esse quadro ou é estado critico?

Acredito que seja estado terminal, mas que volta e meia levanta como um zumbi lol

14)  Sua próxima resposta, quem sabe ajude a mudar isso um pouco. Todo dia surge alguém novo fotografando algum cosplay em algum lugar, porem a grande maioria não pensa em fazer curso ou acha que não precisa. Isso é algo que ocorre na fotografia em geral, mas o que acha que precisamos para termos mais fotógrafos competentes do que pessoas com muito equipamento e pouco conhecimento técnico?

Fazendo a voz do mestre Yoda: "Complicado é sua questão responder, jovem padawan..."

Fotografia é arte, e arte envolve sensibilidade, e sensibilidade nem sempre envolve técnica. Li um artigo sobre um cara que trabalhou como laboratorista para fotógrafos de renome, e esse disse que percebeu que grandes mestres tem pouca técnica.

Muitas das fotos estão tremidas, a grande maioria com pouco foco e exposição incorreta. Rotular alguém a ser menos fotógrafo por possuir uma técnica falha é um erro. Mas. deve-se reconhecer que conhecimento sempre é bom, e que em algum momento técnica fará falta.

Mas daí cabe a cada um correr atrás disso, do jeito que achar melhor. Pelo menos eu, quando fiz curso de fotografia, melhorei drasticamente, principalmente na parte de entender composição, e obter melhor rendimento do equipamento que tiver em mãos.

15)  O que você acha que é preciso para estimular esses "novos fotógrafos" a estudar mais fotografia?

Mostrar a beleza que é obter um resultado "pró" por competência, não apenas que "deu certo" ou "não sei como, mas ficou legal". O simples fato de publicar um making of já atiça a curiosidade do pessoal querer aprender. Por que usaram isso? Por que aquilo? Ah, então tal coisa faz isso.

Mas imitar o que outros fotógrafos fazem também é um caminho, de aprendizado mesmo. Assistentes de grandes fotógrafos aprendiam observando seus mestres, o curso nada mais é do que botar uma leve noção das coisas. E aprender é errar muito. Ou seja, o simples ato de fotografar já é estudar a coisa. 

Basta sempre ter isso em mente.

And, queria agradecer imensamente pela oportunidade. Você é uma inspiração, sempre te falei isso, e espero que mais pessoas se inspirem conhecendo um pouco mais você. Fique a vontade para fazer as considerações finais e deixar uma mensagem pro pessoa

Eu que agradeço, nobre amigo. E, para aqueles que querem entrar nessa, a recomendação é sempre estar disposto a aprender. Como dizia um professor da faculdade. Mantenha sempre a mente aberta, e: Gostou? Então vai lá e faz melhor!

Inté pessoas!

                      

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